segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reflexões Malaias

Todo mundo sabe, todo mundo viu (inclusive os europeus). Como toda boa catástrofe, seu croqui começou a ser rascunhado, talvez numa noite de insônia ou numa Bad Trip de Bernie Ecclestone, muito antes das 5 horas da tarde de domingo na pista de Sepang numa parte do mundo onde, sabidamente, nesta época do ano, chove quase que todos os dias no fim da tarde. Bernie quis, marcando a largada num horário nada ortodoxo (pois todas as corridas no mundo são marcadas entre 1 e 2 da tarde), beneficiar, com o fuso horário, os telespectadores da Europa. Assim, estes assistiriam a prova comodamente as 10 ou 11 horas da manhã. No Brasil, por exemplo, que têm "apenas" 3 pilotos na categoria, sendo que um deles com chances reais de lutar por vitórias e consequente título, os telespectadores ou tiveram que beber muito café, ou acordar por volta das 5:30 da manhã, cedendo aos caprichos do Sr. Ecclestone. Mas que nada, quem tem gasolina nas veias acorda a hora que for pra ver corrida e ninguém é obrigado a fazê-lo. Mas o pior se aproximava. A chuva. Componente natural do espetáculo das corridas de automóvel, como uma cozinheira que, por esquecimento, põe sal duas vezes numa panela de arroz. Corridas com chuva são sempre sinônimo de show. Mas para que esse show ocorra, os pilotos precisam enxergar. A tempestade que caiu em Sepang foi o motivo da interrupção da prova. Isso já aconteceu outras vezes como em Mônaco, em 1984 (de modo controverso, porque o diretor de prova não estava habilitado a geri-la) e em Adelaide, em 1991. Até aí, tolerável. O problema foi quando a pista começou a apresentar condições de relargada, a noite chegava e a pista de Sepang não é provida de iluminação artificial. Então a prova foi encerrada e a pontuação foi reduzida pela metade (algo que existe creio eu, desde que a FIA passou a mandar nos GP's, quando são disputados apenas 2/3 da prova) e, as colocações foram computadas tendo base na volta que antecedeu a interrupção da corrida (também previsto no regulamento). Aí, nos bastidores da cerimônia do pódio, Charles Whiting teve de intervir (pois naquela altura ninguém mais sabia de nada) para fazer valer o regulamento. As traquinagens da dupla Dick Vigarista (Mosley) e Mutley (Ecclestone, medalha, medalha, medalha...) estão só no começo. Em 2010 eles querem impor o sistema que dará o título ao piloto que mais vitórias obter, contrariando um consagrado sistema de pontuação que perdura desde os anos 50, passando pela revisão dos descartes no final dos anos 80. God Save F1!

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